A vontade —força criativa universal
A única força verdadeiramente potente que você tem é a sua vontade. É o que a maioria de nós menos compreende. Porém, tudo o que vemos à nossa volta, das condições sociais aos relacionamentos pessoais, foi chamado à existência pela vontade. À medida que avançarmos através das mudanças intensas desta década, vamos ouvir cada vez mais a respeito da vontade. O que é realmente, e qual é a diferença entre a vontade de Deus/Fonte e a vontade humana? Como sabemos quando estamos de acordo com a vontade de Dele/a? Quando a expressão “vontade de Deus” aparece em nossa vida diária, provavelmente é para encobrir situações que vão desde um desastre natural até a morte de uma criança, desde ganhar até perder uma guerra. Se não conseguimos explicar o que acontece, então deve ser a “vontade de Deus”. Quando a imagem de uma divindade “lá fora” fica pairando na mente coletiva, ela não está muito longe dos antigos deuses da montanha e do rio. A vontade de tal divindade acarreta o medo. Tememos que, mais cedo ou mais tarde, “ela” venha a exigir sacrifícios. Suspeitamos que “ela” está tomando nota e que a qualquer momento nossos erros serão revelados e punidos. Como viver de modo que “ela” nos recompense ou talvez nem nos note? Muitas pessoas amorosas e inteligentes preferem descartar toda idéia de uma vontade divina transcendente como sendo utópica projeção ou pura superstição. Não é de admirar, portanto, que essas pessoas descubram que o conceito “Deus é amor”, simplesmente não combina com o da “vontade de Deus”, que parece tão indiferente ao sofrimento humano. É provável que nunca combine, enquanto pensamos que a vontade de Deus se exerce em relação a nós, e não através de nós. Teremos dificuldade em aceitar que há realmente um Deus amoroso por trás de todo o caos que vemos. Será que há mesmo um plano transcendente, um projeto para o planeta Terra?
Durante as épocas de rápidas mudanças, como agora, muitas pessoas têm visões simbólicas do que parece ser um plano que se torna claro por meio de sonhos, visões, intuição. Estamos no processo de co-criar esse mundo novo e que ele será um mundo caracterizado pela criatividade, “sem iniqüidade”, sem violência. Mas para chegar a esse ponto, partindo de onde estamos, temos, primeiro, de passar pelas explosões. Muitas pessoas estão tendo impressões semelhantes do mundo que está para surgir da escuridão e da passagem perigosa em que nos encontramos agora. A mensagem de todas elas é que devemos nos apegar firmemente a uma visão de nosso mundo em equilíbrio ecológico, racial, econômico, social e político. Esse mundo vai passar a existir por meio de nós. Se não pudermos conhecer o plano todo, cada um de nós deverá conhecer pelo menos a sua função nele. Não é um segredo que outro possa desvendar para nós. Nós o carregamos dentro de nós mesmos.
O gene divino que carrega o nosso DNA cósmico inclui o nosso plano para esta vida. Tudo o que realmente precisamos para ativá-lo é aquilo que um escritor do século catorze chamou de “o anseio vivo por Deus”. Toda a jornada de transformação concerne realmente à descoberta de nossa verdadeira identidade e de nossa vontade. Sujeição à vontade superior A maioria de nós fica um pouco confusa quando ouve expressões como “submeta a sua vontade a Deus”. É claro que é isso que acabamos fazendo quando despertamos para aquilo que somos. Mas também sabemos intuitivamente que a vontade é importante para a sobrevivência, e “submissão” soa muito semelhante a aniquilação. Superficialmente falando, submeter-se realmente parece a morte para o ego. Mas, na verdade, submeter-nos à vontade mais elevada resgata a nossa verdadeira identidade. Tente substituir a expressão vontade mais elevada por “vontade de Deus”. O conceito de submissão da vontade adquire uma nova coloração quando sentimos que estamos abrindo mão de um eu pequeno em função de um Eu Maior um que esteja ligado com Deus/Fonte. Em muitos dos programas de ajuda a viciados, como os Alcoólatras Anônimos e seu subsidiário, os Filhos Adultos dos Alcoólatras, a estrada para a redescoberta começa em admitir que não temos controle sobre o vício e que devemos nos submeter a um poder superior que nos ajude. Libertamos os controles rígidos do ego da vontade inferior quando reconhecemos que ele é limitado para subjugar nossos vícios. É a Vontade Superior dentro de nós que detém o poder de transformar um vício, um hábito. Isso é tão válido para um vício emocional como para um vício adquirido através de produto químico. A Vontade Superior atuará como um canal que vem de Deus e vai para Deus. Quando os controles rígidos do ego são vencidos, a verdadeira força assume o comando. Somos feitos à imagem de Deus, e a Vontade Superior está muito próxima à sua essência. O dom da vontade nos torna criadores.Enquanto continuamos a falar, a desejar, a formar imagens e a dirigir os nossos pensamentos, reforçamos a estrutura do projeto para poder tomar forma no plano físico. Somos realmente pessoas singulares. Fazemos uso desse divino direito inato para criar a partir de nossa vontade. Mas quando as coisas concretas começam a aparecer, saímos reclamando: “Quem foi que fez essa desordem?”
Nadando no rio da energia
As coisas não acontecem gratuitamente; elas nascem graças à vontade consciente ou inconsciente das pessoas, dos grupos ou de toda a espécie — até mesmo pela interação da nossa espécie com a vontade de outros domínios da natureza. Sabemos que tudo vibra no universo. Todos os trilhões de células que formam a nossa biosfera individual estão num ritmo constante de movimento. De acordo com a aparência de toda a sua matéria constitutiva, nada é estático. Siga o rastro dos materiais, até mesmo os mais densos, até suas partes moleculares, e lá estão eles, dançando de acordo com um ritmo jamais visto. O espaço entre todos os átomos em nosso corpo é um holograma dos espaços entre as estrelas — tudo interligado, tudo num estado de constante prontidão. Isso porque esse espaço que interliga é o meio através do qual todas as coisas vivas e vibrantes, de um planeta a um pensamento, enviam sua mensagem para todo o universo. Movendo-se para dentro, para os lados, para cima, para baixo e através de todo o espaço, há um rio cósmico de energia que flui. Essa energia foi identificada e recebeu muitos nomes e em muitas línguas: Chi, em chinês; ki, em japonês; Prana em sânscrito; Ruach em hebraico; e Mana em polinésio, só para mencionar alguns.
No Ocidente, naturalmente, tem recebido nomes que soam muito como termos científicos, como, por exemplo, “força ódica” e “energia orgone”. Trata-se sempre do mesmo estofo energizante de vida. Este rio de energia pode ser aproveitado para vivificar qualquer coisa em qualquer freqüência. Ele pode dar vida a um pensamento, a um sentimento, a um corpo físico. Porém, o projeto já está traçado; essa energia vai trazê-lo à vida. E tão logo o projeto não se fizer mais necessário, ou for concretizado e desaparecer, a energia fluirá de volta para o rio. E ela pode ser acumulada, aproveitada, adaptada, expandida ou reduzida, mas não pode ser destruída. Se a concepção de um corpo, de um pensamento ou desejo for clara e não tiver bloqueios, essa energia vai fluir através dela sem empecilhos e a intenção atingirá a plena realização. Se, porém, a concepção for bloqueada, comprometida ou se for ambivalente, então a energia ampliará a distorção. Temos de decidir o que fazer com ela, pois, de qualquer maneira, somos responsáveis por aquilo que trazemos à vida com ela. Uma vez que passamos pelo impacto de perceber que estivemos construindo cuidadosamente o nosso próprio mundo — e que o fizemos em conjunto — a percepção seguinte será a de que o poder de criar novas maneiras é ilimitado. A vontade de existir Qual é a força que canaliza a energia do rio para dentro das células das árvores, de outro ser vivente, ou da estrutura molecular das rochas? O que é que, em primeiro lugar, motiva-os a existir? Uma semente? Um padrão? É claro que sim. Mas ainda há mais.
Há a vontade de existir. Sem essa vontade, a energia é novamente liberada para o fluxo universal. Retire a vontade de qualquer coisa, e essa coisa morrerá. Isso vale tanto para uma emoção como para um corpo físico. Se você decidir retirar a vontade do ódio, do ressentimento e do medo, essas emoções morrerão de morte natural por falta de energia para sustentá-las. A palavra-chave é escolha. E nós fazemos essas escolhas o tempo todo. O dr. Viktor E. Frankl, psiquiatra e filósofo judeu, foi preso pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Em seu livro, Man’s Searchfor Meaning [A Busca do Significado pelo Homem], ele observou que até mesmo na mais degradada de todas as condições possíveis, num campo de concentração nazista, desprovidas até mesmo da dignidade mais simples e incapazes de mudar os acontecimentos, as pessoas continuaram a fazer escolhas. Suportando o insuportável, algumas pessoas ascenderam à nobreza, compartilhando as coisas com as outras e se interessando por elas, descobrindo a paz interior em meio à loucura. Elas não podiam mudar os acontecimentos, mas podiam escolher o modo como reagiriam a eles. Não podemos simplesmente congelar-nos e dizer que não faremos, não pensaremos ou não sentiremos nada em determinada situação. Esta é uma escolha que, por si só, energiza o nosso medo. Podemos sempre decidir-nos a escolher o status quo.Contudo, também podemos fazer a escolha de novos planos, dar à luz novos desejos, pensar novos pensamentos, proferir novas palavras. A história se repetirá enquanto continuarmos a criar a partir da vontade inferior que nos separa de Deus/Fonte e dos outros homens.
A Inquisição, o Holocausto, Hiroshima, as perseguições aos cristãos — todos os horrores da nossa história são variações do tema da alienação da humanidade em relação às suas origens espirituais. Quando criamos a partir da vontade inferior, apenas com a finalidade de satisfazer a ganância, nossas melhores obras caem por terra antes do tempo com a mesma facilidade que os castelos de areia ruem com a invasão do mar. Mas quando ouvimos nossos impulsos mais profundos, que se originam da vontade superior, estamos criando a partir de um modelo que parece ser muito mais amplo do que o nosso próprio. Nós nos tornamos co-criadores em conjunto com o universo, trazendo para o domínio físico novos sons, símbolos, conceitos, descobertas e invenções que nos enriquecem a todos. Tais criações são belas, e elas perduram porque proporcionam o bem a todos. Através dos tempos, os Mestres vêm nos ensinando o Caminho, independentemente de cultura e religião. Eles nos dizem que, se quisermos compreender a vontade divina, devemos olhar para dentro de nós mesmos, que nossa origem é divina e que fomos literalmente criados à imagem de Deus. Muitas pessoas sofreram perseguições ao longo dos séculos porque descobriram essa verdade e falaram a respeito dela. Nos velhos tempos, isso se chamava blasfêmia. Dependendo do modelo de realidade em uso, as acusações vão desde a decepção pessoal e arrogância até a presunção, incluindo aquele velho bicho-papão — a possessão demoníaca. Chegamos a pensar que ficamos apavorados com a responsabilidade inerente a viver à altura do nosso potencial divino. É mais fácil jogar a culpa pelos acontecimentos nas forças que estão fora de nós ou, em estado de frustração, pretender afirmar que não há nenhuma inteligência dirigindo o espetáculo. Isso nos permite perpetuar a ilusão de que não temos nada que ver com o caos de nossas vidas pessoais, nada que ver com todas as mudanças e menos ainda com a loucura que se verifica no planeta. Contudo, quando nos alinhamos com a Vontade Única, estamos nos comportando como agentes para a implantação dessa vontade na Terra. A vontade é o nosso direito inato, sagrado. Assim como o raio de sol está para o sol, assim nós estamos para a Fonte de toda a vida. A luz dessa Fonte está dentro de cada um de nós, não importa quão fraca possa parecer às vezes. Nunca houve uma época em que não existíssemos como parte do Todo. Nem haverá época em que não seremos parte do Todo.
CONTINUA…
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Fonte: Portal Arco Íris
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