Mudança é desafio.
Mudar alivia, frustra, ameaça, entristece ou alegra. Acima de tudo, obriga-nos a crescer. É o mecanismo através do qual a natureza nos garante a evolução e o modo como o Plenum Cósmico/ Deus nos chama de volta para casa. Mudar é desfazer as ilusões a respeito de nós mesmos e dos outros. Anjo de misericórdia ou rígida disciplinadora, a mudança está constantemente nos moldando para nos tornarmos tudo aquilo que estamos destinados a ser. Ela nos molda com a mesma precisão com que o vento forte esculpe uma árvore ou a água caudalosa dá novas formas à rocha mais dura. A mudança é o ponto de partida para atingirmos estados de consciência cada vez mais elevados. A consciência é o conjunto de toda a nossa percepção, uma síntese do coração e da mente que nos torna capazes de agir. A mudança nos convida à flexibilidade e ao risco. Ela nos oferece por mais vezes o despertar da consciência até o estágio em que temos vontade de morrer para aquilo que é velho. Quando apenas suportamos a mudança com estoicismo ou protestamos contra ela em altos brados, não aprendemos nada e adiamos o inevitável. Contudo, quando aceitamos a mudança — quando simplesmente a aceitamos, nada mais que isso — ela catalisa a nossa vida, amplia o nosso conhecimento e faz com que a nossa perspectiva passe do medo à afirmação da vida. Isso porque vida significa mudança.
Mudança requer Criatividade.
Há várias maneiras de se lidar criativamente e sem temor com a mudança. Uma delas é através da compreensão da própria mudança. Quando alguém é envolvido no drama de uma repentina crise pessoal, é na maioria das vezes um desafio ser capaz de ver nele algum sentido. Mas a mudança significa sempre um processo, mesmo quando chega repentinamente. Em geral, ela parece ser caótica e ameaçadora, sem nenhuma direção clara. A palavra-chave aqui é parece. Isso quando a examinamos a partir de um ângulo mais amplo, porque, se fizermos um retrospecto, veremos na mudança a ação da evolução planetária ou pessoal. Há um ritmo no modo como a mudança ocorre. Com o passar dos anos, os verdadeiros buscadores tomam consciência desse ritmo. Quando entramos realmente em sintonia com o ritmo da mudança, percebemos que muitas pessoas que buscam orientação,a fazem não importando a idade .Geralmente, todas o fazem em ciclos de 7 anos; constata-se que as principais alterações em suas vidas anunciavam profundas modificações — casamentos, divórcios, mortes, nascimentos, mudanças na vida profissional — todas girando em torno do ano exato de uma mudança de ciclo, poucos meses antes ou poucos meses depois.Presume-se que essa ocorrência está em sincronia com as tarefas de desenvolvimento biológico e psicológico pertinentes às várias faixas de idade. E, de fato, talvez haja alguma correlação aqui, certos impactos fortes que têm a ver com o desejo que o indivíduo tem de se casar, com épocas propícias para promoções na carreira, com o próprio fato de ficarmos mais velhos e com o envelhecimento e a morte de nossos pais. Porém, é forçar demais a credibilidade fazer com que todas as mudanças se enquadrem nos modelos científicos. E esse ponto de vista não faz nenhum sentido quando,por exemplo, um homem sofre um acidente de automóvel que o deixa paralítico e muda a sua vida exatamente aos trinta e cinco anos; ou quando morre de repente a mãe de uma jovem mulher, na época em que esta completava vinte e oito anos. Mas, por que não vinte e seis ou trinta? Por que o divórcio ocorreu precisamente aos quarenta e dois? E por que a ação judicial aos cinqüenta e seis? Muitos cosmólogos do mundo todo sugerem que a criação ocorre em ciclos de sete.
OS 7 GRANDES PERÍODOS
Os metafísicos diriam que o ciclo simboliza sete grandes períodos de tempo e apontariam para versões correspondentes nas crenças zoroástricas e no xintoísmo japonês, no hinduísmo e nos mitos de outras culturas espalhadas pelo mundo. Desde as manchas solares e os colapsos econômicos até a desova dos peixes e as mudanças na moda, os grandes astrólogos raramente são surpreendidos com os ciclos previsíveis de ação. Eles consultam o horóscopo de uma pessoa ou de todo um país, assinalam as passagens cíclicas dos planetas pelos signos simbólicos do zodíaco conforme eles se sobrepõem, se opõem ou se complementam e indicam as prováveis e significativas épocas de mudança iminentes. Eles não sabem exatamente o que vai acontecer, mas podem revelar com sucesso que algo profundo vai acontecer. O universo é apenas isso — um universo — e nós estamos em compasso com a energia que mantém tudo coeso. Temos influência sobre tudo o que acontece e somos influenciados por tudo o que acontece. Portanto, quer estejamos lidando com uma trama bastante complexa, na qual os movimentos da mudança podem durar toda uma vida, quer estejamos lidando com um modelo mais superficial no qual os estágios de mudança devem ser inteiramente elaborados do começo ao fim, no pequeno prazo de semanas ou meses estamos sempre às voltas com muitas mudanças ao mesmo tempo. Nossa vida é formada de ciclos, uns dentro dos outros — uns se completando rapidamente, outros se desenvolvendo lentamente.
AS 7 ETAPAS DE MUDANÇA DE CONSCIÊNCIA
O processo de percepção da mudança tem início quando compreendemos quem acreditamos ser. O conjunto de hábitos, atitudes e crenças que acumulamos em nós mesmos revela quem acreditamos ser. Os acontecimentos podem suceder-se contÍnuamente, mas não há nenhuma mudança real em nós até que um desses acontecimentos realmente desafie a nossa percepção daquilo que somos. É bem possível simplesmente resistir, com a mesma determinação, até o próximo grande evento. Porém, assim que uma crença profundamente arraigada em nós próprios é realmente submetida a um desafio, começa o movimento ritmado da mudança. Podemos resistir ou participar desse movimento — geralmente é essa a ordem das opções — mas afinal acabaremos resolvendo o conflito entre o status quo e o desafio, tomaremos um novo rumo, suportaremos a necessária purgação dos velhos hábitos e, finalmente, acabaremos por entregar-nos inteiramente ao novo. Essa jornada, através dos sete estágios de mudança consciente, é o tema central desta série.
AS ETAPAS
1. A primeira etapa é a forma. Esta é a crença fundamental que conservamos a nosso próprio respeito em qualquer área. Ela define os limites de nossa percepção, dita nossas opiniões e, o que é mais importante, instaura a nossa realidade pessoal. É nesse ponto que toda mudança se inicia.
2. Com a segunda etapa, o desafio, inicia-se uma dinâmica no processo de mudança. Alguma coisa vai acontecer, ou então ficamos expostos a algo ou a alguém que altera o status quo, e a nossa Forma original não funciona mais.
3. Para dentro desse vácuo flui a resistência, o terceiro e normalmente desconfortável ciclo de mudança, em que a nossa antiga maneira de ser e a nossa nova percepção se confrontam numa batalha de ambivalência e indecisão. A lógica, o condicionamento e a história argumentam em favor do passado, mas o empurrão mais forte se dá em direção ao novo.
4. Ao fim e ao cabo, somos resgatados pelo quarto estágio — o despertar. Essa é a parte alegre do ciclo, quando ocorre uma ruptura frente à luta anterior. A essa altura, damos a guinada crítica, da indecisão para o novo ponto de vista.
5. Em seguida vem o compromisso. Esse é o ponto do ciclo em que investimos todos os nossos recursos — tempo, dinheiro, energia — numa nova direção. Nesse estágio, defrontamo-nos Com uma série de escolhas que nos ajudam a deixar claro o nosso novo objetivo.
6. A purificação é a próxima e inevitável etapa — aquela que nos toma inteiramente de surpresa. É o período em que ocorre a verdadeira transformação. Essa etapa freqüentemente é dolorosa. Antigas mágoas e medos reprimidos durante as fases anteriores do processo ressurgem para serem reconhecidos e, por fim, transformados. É tempo de morrer para o velho. É tempo de pôr à prova a nossa fé no novo.
7. Finalmente, chegamos ao último estágio — a entrega. Esse é o ponto no processo de mudança em que de fato nos transformamos na nova crença. Esse estágio é caracterizado por síntese e integração. O novo se funde com o ser total e a forma antiga fica sendo apenas uma lembrança.
Quando os acontecimentos do mundo exterior desafiam as nossas crenças — a nossa forma — resta-nos a alternativa de nos recusarmos a mudar. Podemos negar o novo, defender o velho e nos agarrar tenazmente ao nosso conhecimento já atingido. Ou então podemos parar, prestar atenção e perguntar: “O que eu posso aprender com esse desafio? Como posso me tornar realmente consciente com isso?” Estamos sempre fazendo escolhas, consciente ou inconscientemente, que dizem respeito ao nosso mundo interior. Essas escolhas criam padrões que atraem certos tipos de experiências futuras. Quando decidimos pôr em prática os desafios que nos forçam a confrontar nossas idéias a respeito de nós mesmos, quando decidimos empregar acontecimentos reais como degraus de apoio, tendo em vista uma compreensão maior, optamos então pela mudança consciente. As idéias sobre a dinâmica da mudança consciente que estamos compartilhando aqui, surgiram de observações ao longo de mais de quinze anos dedicados à pesquisa,colecionando textos,palestras,entrevistas e manuscritos pessoais; Relataremos experiências e acontecimentos com honestidade e interpretaremos com tanta clareza quanto pudermos,com compreensão e capacidade. Na melhor das hipóteses, as palavras só contêm um pouquinho de significado. Quando tentamos descrever o não-material em termos concretos, encontramo-nos instantâneamente em terreno escorregadio. Análogamente,é como utilizar uma rede para reter a água corrente. Continua......
Fonte: Portal Arco Íris
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